quarta-feira, 28 de março de 2012

A Revolução Pernambucana

Revolução Pernambucana de 1817 foi o último movimento de revolta anterior àIndependência do Brasil. Mas, diferentemente de todos os outros movimentos sediciosos que eclodiram no período colonial, a Revolução pernambucana conseguiu ultrapassar a fase conspiratória e atingir a etapa do processo revolucionário de tomada do poder. As causas da Revolução pernambucana estão intimamente relacionadas ao estabelecimento e permanência do governo português no Brasil (1808-1821).

Quando a Corte portuguesa abandonou Portugal e estabeleceu-se no Brasil, fugindo da 
invasão napoleônica, adotou uma série de medidas econômicas e comerciais que geraram crescente insatisfação da população colonial. A implantação dos novos órgãos administrativos governamentais e a transmigração da Corte e da família real portuguesa exigiram vultosas somas de recursos financeiros. Para obtê-las, a Coroa lusitana rompeu com o pacto colonial, concedendo inúmeros privilégios à burguesia comercial inglesa, e criou novos impostos e tributos que oneraram as camadas populares e os proprietários rurais brasileiros.

Ideais liberais em Pernambuco

Em nenhuma outra região, a impopularidade da Corte portuguesa foi tão intensa quanto em Pernambuco. Outrora um dos mais importantes e prósperos centros da produção açucareira do Nordeste brasileiro, Pernambuco estava atravessando uma grave crise econômica em razão do declínio das exportações do açúcar e do algodão. Além disso, a grande seca de 1816 devastou a agricultura, provocou fome e espalhou a miséria pela região. A insatisfação popular, que já era grande, generalizou-se diante dos pesados tributos e impostos, cobrados pelo governo de dom João.

Foi também em Pernambuco, que os princípios de "liberdade, igualdade e fraternidade", que compunham os ideais da 
Revolução Francesa de 1789, encontraram "solo fértil" para circular e se propagar. Coube as sociedades secretas e ao maçons, a organização de permanentes e acirrados debates sobre as novas doutrinas revolucionárias, com o propósito de avaliar a adequação dessas idéias à situação de crescente insatisfação da população colonial da região do Nordeste brasileiro. Destacaram-se neste trabalho, os padres João Ribeiro e Miguelinho, e os líderes maçons Domingos José Martins e Antônio Cruz.

Governo provisório

O movimento de revolta ainda estava em sua fase preparatória, quando o governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro tomou conhecimento da conspiração, ordenando, em seguida, a prisão imediata dos envolvidos. Porém, os pernambucanos rebeldes conseguiram resistir ao cerco das tropas militares oficiais. Esse fato é considerado como o estopim da rebelião, que rapidamente ganhou força. Diante disso, o governador fugiu do palácio, mas foi preso pelos rebeldes.

Os rebeldes tomaram o palácio e em pouco tempo dominaram Recife. Os líderes da rebelião chegaram a constituir um governo provisório, composto por representantes de várias classes sociais. A partir de então, para consolidar o movimento revolucionário, os rebeldes adotaram uma série de medidas de caráter político e econômico com objetivo de obter o apoio da população e das elites locais. De imediato, o governo provisório ordenou a libertação dos presos políticos, aumentou o soldo dos soldados, aboliu os títulos de nobreza e extinguiu alguns impostos.

Falta de apoio e repressão

O governo provisório também organizou grupos de emissários, que ficaram encarregados de se dirigirem para as províncias do Norte e Nordeste para desencadear um movimento revolucionário mais amplo. Na Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, porém, as tentativas malograram diante da repressão desencadeada por forças militares oficiais, e também pela falta de apoio popular. Em Pernambuco, dom João ordenou uma violentíssima repressão militar contra os revolucionários.

As tropas oficiais atacaram por terra e mar, cercando o porto de Recife com uma grande esquadra. O governo provisório durou 75 dias, os revolucionários pernambucanos foram derrotados. Os que não morreram em combate foram rapidamente presos. Todos os líderes revolucionários presos acabaram sendo sumariamente condenados à morte, entre eles: Teotônio Jorge, padre Pedro de Souza Tenório, Antônio Henriques e José de Barros Lima.

República e revolução

As lideranças do movimento revolucionário tinham como projeto político o estabelecimento de uma República e a elaboração de uma Constituição, norteadas pelos princípios e ideais franceses de igualdade e liberdade para todos. Mas, o ideário republicano dos rebeldes encontrou alguns limites de classe diante da questão do trabalho cativo. Para não perder o apoio dos proprietários de engenho locais, as lideranças do movimento revolucionário não chegaram a propor uma ruptura radical com a escravidão negra. Não obstante, a Revolução pernambucana, apesar do seu fracasso, entrou para a história como o maior movimento revolucionário do período colonial.
* Renato Cancian é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais, é autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: Gênese e Atuação Política -1972-1985" (Edufscar).

Fonte: UOL Educação

domingo, 25 de março de 2012

Escala Cartográfica

Escala Cartográfica
Elaboração: Prof Ed Cavalcante

Escala Numérica

A escala numérica é representada sob a forma de fração. O numerador é sempre a unidade (1) e indica a distância no mapa, e o denominador a distância real (número de vezes que a realidade foi reduzida para ser cartografada) correspondente, sempre em centímetros (cm).
Ex: 1: 300 000 – Leitura: um para trezentos mil

Escala Gráfica

É representada por um segmento de reta graduado e equidistante.
     
 Leitura: um para cem quilômetros.


Fórmulas de Conversão 


O delta acima, aglutina as três fórmulas usadas nos cálculos de escala. Ela serve para memorizar as fórmulas. No delta, considere: “R= Valor Real”, “G= Valor Gráfico” e “E= Escala”.

Fórmulas

a) Fórmula do valor real: R=G.E – Ou seja, o valor real é o produto da multiplicação do valor gráfico pela escala.
b) Fórmula do valor gráfico: G=R/E  - Ou seja, o valor gráfico é o produto da divisão do valor real pela escala.
c) Fórmula da escala: E=R/G  - Ou seja, a escala é o produto da divisão do valor real pelo valor gráfico.

Aplicação

1- Qual o valor real equivalente a 5cm num mapa de escala 1: 25 000 000?
Resolução: o enunciado indica a fórmula que você vai usar: se a pergunta é “qual o valor real?”, logicamente usaremos a fórmula do valor real. Sendo assim:
R=G.E
R= 5cm.25 000 000
R= 125 000 000cm  Como o valor real é dado em “quilômetros”, para dar o resultado final é preciso fazer a conversão de centímetros para quilômetros. Relembre a escala de unidade de medidas:

Quilômetro
Hectômetro
Decâmetro
Metro
Decímetro
Centímetro
Milímetro
km
hm
dam
m
dm
cm
mm

De centímetros para quilômetros são cinco casas:  dm, m, dam, hm e km. Sendo assim, para transformar um número que esteja em centímetros cortam-se CINCO zeros
R= 125000000
R= 1250km
Traduzindo: num mapa que apresenta uma escala de 1:25 000 000, 5cm equivalem a 1250km.


Abolição da Escravidão Institucional no Brasil


Contexto Histórico 
No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando suaescravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.

Como era a escravidão no Brasil
Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 

Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.

O início do processo de libertação dos escravos e fim da escravidão 
Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.

A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido,  foi alcançando seus objetivos lentamente. 

A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.
No ano de 1885, foi  promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.

Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país. 

Fonte:História do Brasil.Net

quinta-feira, 22 de março de 2012

Professores que me marcaram

Por: Ed Cavalcante

Negativo – Professor Constantino (Matemática): era um terrorista, não era professor. Usava os números para oprimir. Fui perseguido por esse professor, na 5ª Série, porque tinha dificuldades com operações envolvendo divisão. Sobrevivi a ele. Tempos depois o vi pilotando trens do metrô, realmente, não era um professor.

Positivo - Professor Lidelmo (Matemática): foi o primeiro professor de matemática que conseguiu falar uma linguagem que eu, sempre avesso aos números, entendia. Entrou na escola como substituto e marcou época. Como bem disse Renato Russo, “os bons se vão cedo”. O professor Lidelmo morreu afogado depois de um ataque epilético. Ficaram as boas lembranças.

Positivo – Professora Laura (Geografia-História): quando eu fazia a 6ª série, tive um momento difícil na escola. Era um adolescente arredio e não queria estudar. A professora Laura, que enfrentava o mesmo problema com outros alunos, usou de sua criatividade e virou o jogo. Criou uma gincana de conhecimentos – que hoje utilizo na minha prática pedagógica – e todos nós recuperamos o gosto pelo estudo. Era divertidíssimo competir e estudar história e Geografia. Inesquecível!

Positivo – Professor Felinto (Literatura): era uma figuraça. Usava jaleco e uma bata branca, igual os médicos. Tinha uma memória privilegiada e conhecia muito sobre literatura brasileira. Por ser uma figura caricata, era visto pela maioria dos alunos de uma forma, digamos, folclórica. O velho professor Felinto, na verdade, era um grande professor de literatura, apaixonado pelo que fazia. Tenho boas lembranças das suas divertidas aulas. Inesquecível!

Positiva e Negativa – Professora Ilma (Português e Francês): As lembranças negativas que tenho dessa professora referem-se a postura dela na sala de aula, austera até o último fio de cabelo. Tinha tanto medo dela que nem tirava as minhas dúvidas. Assim como eu, muitos alunos foram prejudicados por esse excesso de autoritarismo. Mas ela tinha outro lado, dava aulas com muita paixão. Podíamos enxergar nos olhos dela que ela acreditava no que estava falando, tinha muita segurança. Por isso, sempre que me lembro dela, me perco nesse paradoxo.

Positivo – Professor Cavalcante (Biologia): o que me encantava nesse professor era o profundo respeito que ele tinha pelo aluno. Era um gentleman, tinha o domínio total da sala sem nunca, absolutamente nunca, levantar a voz. Suas aulas eram bastante produtivas por isso, estudávamos encantados pelo professor. Cavalcante, infelizmente, faleceu há alguns anos de causas naturais.

Positivo – Jorge Santana (Introdução as Ciências Geográficas – Planeamento): foi o melhor professor que tive na faculdade. A postura do professor Jorge, lembrava-me o professor Cavalcante que descrevi acima. Um professor que fala fácil, de uma forma apaixonante, traz luz à sala de aula. Até mesmo nas aulas de planejamento, que ele ministra baseado na lógica, mesmo com toda aquela abstração, tudo parecia muito fácil pelo poder do professor. Absolutamente inesquecível!

Positivo – Lucivânio Jatobá (Geomorfologia): foi meu professor na graduação e na pós. É um grande geomorfólogo, conhece muito do assunto. Fala fácil e tem paixão. É um grande mestre. Não bastasse isso, ainda é fã dos Beatles. Perfeito!

Como professor, procuro me espelhar nos bons exemplos e evitar os erros que cometeram comigo. Obviamente os tempos são outros, mas entendo que lecionar é um eterno exercício de reconstrução e troca de ideias. Parabéns a todos os professores!